Canção
do Eterno…
Há
coisas que as palavras não dizem.
Há
sentimentos que voam na noite, como setas de fogo…
De
coração a coração, iluminando os céus.
De
espírito a espírito, por entre os planos da vida e além da mente.
Há
coisas que os sentidos não percebem.
Algumas
delas, muito boas. Outras, nem tanto.
As
boas iluminam a consciência e abrem caminhos…
As
outras tapam o discernimento e escurecem o coração.
Há
coisas que os homens fazem a si mesmos, sem noção do perigo.
Como
deixar o próprio espírito entorpecido e o coração seco.
Como
viajar pela vida sem pensar e sem sentir, perdido em suas dores.
Como
“viver sem viver”, automaticamente, sem vitalidade na jornada.
Há
coisas que ninguém diz, mas todos sentem, de alguma maneira.
Faixas
escuras que apertam o coração incauto e angustiado.
Pensamentos
intrusos que invadem a mente com ideias negativas.
E
energias estranhas que chegam, sorrateiramente, e roubam o bom humor.
Há
coisas obscuras rondando a aura dos homens, e muitos sofrem com isso.
No
entanto, há aqueles que veem e sentem o invisível diretamente.
E
se escoram na Luz, para iluminar a consciência e abrir os caminhos…
Ligam-se
ao Alto, em espírito e verdade, para seguir em frente…
Há
coisas que a mente não entende, pois transcendem o seu limite.
Mas
alguns sabem voar nas asas da prece, para além das estrelas.
Sabem
unir seu pequeno coração ao Grande Coração do Eterno.
Sabem
que viver não é só viver, é muito mais do que isso.
Há
coisas que ninguém explica, mas muitos sentem.
Como
caminhar com um grande amor num pequeno coração.
Como
valorizar a vida, rir de uma piada e ver o Eterno nisso.
Como
se sentir gente, mesmo sendo espírito.
Há
coisas que são consideradas do “Além”, mas que estão por aqui mesmo.
Elas
falam, não com palavras, mas com a força da vida, que jamais acaba na morte.
E
há coisas daqui, que, muitas vezes, viajam ao “Além”, fora do corpo…
Viagens
espirituais, que poucos conhecem, mas muitos fazem, mesmo sem lembrar.
Há
coisas que bloqueiam a felicidade e chamam a dor e o vazio.
Como
o ódio e o desejo de vingança, que permitem às faixas escuras apertar o
coração.
Como
perder a própria canção no imenso concerto da vida universal.
Como
entorpecer o espírito com fortes doses de arrogância.
Há
coisas que são simples, mas de grande efeito no céu do coração.
Como
orar e vigiar, ligado ao Alto, preenchendo a aura de luz, pela força da
vontade.
Como
meditar nas palavras de Jesus, profundo conhecedor do coração dos homens:
“De
que adianta a uma pessoa ganhar o mundo, se ela perder sua alma?”
Há
coisas luminosas que chegam de mansinho, no centro do coração espiritual.
Presenças
subtis e amorosas, que falam das coisas do céu aos homens de boa vontade.
Que
falam de outros planos e estimulam as ações sadias e a valorização da vida.
Elas
falam de um Grande Amor que está em tudo!
Há
coisas que as palavras não dizem.
Setas
de fogo varam a escuridão da noite, por entre os planos da vida…
E
os corações se encontram, aqui e além, no Grande Coração do Ancião dos Dias.
Não
há morte. A chama da vida está em todos os planos. E o Todo está em tudo!
Há
coisas tão grandiosas na Luz, que não há palavras que as descrevam com justiça.
Quem
escuta a canção do Eterno em seu próprio coração, sabe disso.
O
espírito reconhece o espírito. Assim como o Amor reconhece o Amor, e chama a
Luz.
Mas,
como muitos já sabem, isso não se explica, só se sente, só se sente, só se
sente…”
Wagner
Borges